O que mudou com a Reforma Psiquiátrica

sexta-feira, 28 de maio de 2010 às 18:24

Este texto foi elaborado com base em pesquisas bibliográficas e uma entrevista realizada com um profissional da área. Tem como objetivo esclarecer as mudanças causadas pela reforma psiquiátrica e o principal, mostrar a necessidade existentes e as mudanças que devem sair do papel.
A reforma psiquiátrica tem se configurado em um campo de conflito bastante intenso visto que a reforma proposta por distintos grupos sociais apresenta divergências em relação ás mudanças a serem realizadas, conforme a inserção social e interpretação do sujeito que a apresentam.
As propostas impostas por alguns questionadores foram procurar romper com a tradição dos manicômios no Brasil. E em 1971, Basaglia fecha os manicômios acabando com a violência dos tratamentos e põe fim a instituição psiquiátrica tradicional. Em 13 de maio de 1978 foi instituída a Lei 180, de autoria de Basaglia, que não só proíbe a recuperação dos velhos manicômios e a construção de novos como reorganiza os recursos para a rede de cuidados psiquiátricos, restitui a cidadania e os direitos sociais dos doentes e garante o direito ao tratamento psiquiátrico qualificado.
Através das respostas do profissional da área de saúde mental podemos avaliar se as reformas feitas foram aplicadas ou não. Por intermédio dessa entrevista concluímos que o II Congresso Nacional do (MTSM) Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental, em Bauru, SP e a I Conferência Nacional da Saúde Mental no Rio de Janeiro contribuíram para a reforma psiquiátrica no nosso país, pois reuniu os maiores nomes da época em saúde mental, que a implantação do CAPS no Brasil representa uma revolução no tratamento de forma a enxergar e lidar com a saúde mental. Os CAPS representam a possibilidade real do fim dos depósitos humanos. Que a lei de Paulo Delgado que determina o fim dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de saúde mental foi aprovada e vem sendo aplicada aos poucos nos nossos dias.
Observamos que a reforma psiquiátrica não funciona da maneira para qual foi concebida ou como deveria, pois não é uma mudança fácil e precisa de tempo para se adaptar. Cobranças devem ser feitas pelos profissionais da área.
A reforma como todo projeto tem o seu lado positivo e negativo. A liberdade que dá, a inovação na maneira de tratar o doente, de reinseri-lo na sociedade são muito positivas. Já o lado negativo encontra-se nos equívocos de sua implantação. Confirmamos que existe uma grande preocupação por parte dos profissionais com os cuidadores, mas por falta de estrutura e programas o que tem sido feito em relação a tais é pouco, apenas o acolhimento dos profissionais é o que eles podem ter.
Os CAPS tem feito mudanças significativas para o paciente e sua família. O programa de Volta para casa tem ajudado muito esses pacientes, pois permite que tais convivam com o mundo social que favorecem o estado psíquico. Mas há muito para fazer, cobranças devem ser feitas, mas devemos fazer a nossa parte. Não esqueça de que o cuidador também precisa ser cuidado. A reforma deve ser feita primeira em nós de maneira consciente e verdadeira e assim poderemos cobrar as mudanças ao nosso redor.

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